O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição muito complexa, e uma das consequências disso é que nenhuma pessoa autista tem as mesmas características que a outra.
Quando observamos a capacidade de comunicação de cada um deles, isto se torna claro.
Pode haver desde casos mais leves – nos quais o indivíduo autista exibe algumas dificuldades para interagir com outras pessoas, mas sem ter um atraso linguístico significativo, por exemplo – até casos mais severos – nos quais ele enfrenta obstáculos gigantescos de comunicação que comprometem sua sociabilidade.
É por isso que nesse artigo abordaremos alguns dos principais pontos de vista da comunicação de uma pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Os 3 elementos fundamentais: fala, linguagem e comunicação
Antes de tudo, é necessário entender que estes 3 elementos permanecem fortemente ligados e que uma criança pode ter problemas com apenas um deles, são eles: a fala, linguagem e comunicação.
A fala na comunicação autista
A fala é o ato motor que permite a transmissão de sons, palavras e sentenças. Seu desenvolvimento pode ser prejudicado por componentes como a variação na percepção do ruído (na situação de surdez) ou por deficiências estruturais ou motoras que estão afetando os órgãos que geram o ruído.
Algumas crianças podem ter dificuldade em expressar o que sentem porque não têm a capacidade de produzir e sequenciar sons da fala, como na situação de apraxia. Entretanto, elas são capazes de compreender tudo o que é mencionado por outras pessoas e até mesmo de se comunicar por meio de escrita ou gestos.
Em tais casos, os distúrbios da fala não permanecem precisamente envolvidos com o autismo, mas têm o potencial de estar.
Várias crianças com distúrbios do espectro do autismo comunicam-se normalmente, mas apresentam mudanças na prosódia, por exemplo, que está relacionada a diferenças na velocidade da fala, no tom da voz e na entoação dada a cada palavra.
Existem também pessoas autistas não-verbais, porém encontraram uma maneira de se expressar através da tecnologia e outros métodos pedagógicos.
A linguagem na comunicação autista
A linguagem, por outro lado, é o instrumento da comunicação oral. Através dela somos capazes de desenvolver certas capacidades em 4 áreas:
- Fonológica – aprendemos a diferenciar os sons das letras e sílabas
- Semântica – aprendemos a atribuir significado às palavras
- Sintática – aprendemos a ordenar os termos em uma frase coerente
- Pragmática – aprendemos a adaptar e adaptar a linguagem a um ambiente social
Assim, uma criança com deficiências linguísticas pode pronunciar palavras perfeitamente, mas não é capaz de construir frases complicadas. Eles são capazes de se comunicar, mesmo que de forma simplificada e restritiva (com sentenças bastante curtas, por exemplo).
Se tais deficiências linguísticas permanecem associadas ao autismo, o indivíduo também pode inverter os pronomes (usar a terceira pessoa para se referir a si mesmo) ou não dominar totalmente o uso de metáforas, interpretando literalmente certas expressões (como “ainda chove facas” ou “aquela menina é uma flor”).
Confira um artigo muito especial onde falamos sobre Síndrome de Asperger é uma condição do espectro do autismo.
Entendendo a comunicação autista
Finalmente, a comunicação é o complexo processo no qual a troca de informações é criada através de combinações verbais (fala e linguagem) e não verbais (expressões faciais, postura, gestos, olhar e linguagem corporal).
Há crianças com problemas de comunicação que têm a possibilidade de mencionar frases inteiras e inteligíveis a partir da perspectiva da linguagem, porém não fazem sentido para o ouvinte, o que impede a compreensão.
Echolalia, por exemplo, é uma característica presente em certas crianças autistas em que elas repetem palavras e frases ditas por outras pessoas ou ouvidas em programas de televisão, desenhos animados e fitas.
Um conhecido procedimento alternativo de comunicação utilizado por crianças com distúrbios do espectro do autismo é o PECS, que se baseia na troca de imagens ou imagens em um caderno ou ábaco.
Com ele, você pode relatar o que deseja e o que sente, estabelecendo construções que outros serão capazes de entender.
Tratamento da comunicação autista
Existem diversos métodos que podem ajudar a pessoa com TEA a se comunicar melhor dentro dos seus limites, contando com ajuda profissional como por exemplo a psicoterapia infantil ou tratamento com fonoaudiólogos.
E ao contrário do que alguns consideram, um procedimento alternativo não deixa a criança acostumada a se comunicar apenas para si mesma. Ao contrário, estimula o surgimento e o desenvolvimento das vocalizações.
A melhor terapia é aquela que pode acrescentar várias estratégias, algumas técnicas, conhecimentos diferentes… pensando continuamente no que é melhor para o paciente e no que realmente dá resultados.
A terapia com a idealização correta funcionará de forma consistente. Se não funcionar, é preciso verificar se o diagnóstico está realmente correto, se os objetivos estão corretos, se as táticas estão corretas.
Portanto, é possível ter uma melhora na comunicação da pessoa com o Transtorno do Espectro do Autismo ou TEA desde que sejam adotadas as técnicas certas e o diagnóstico seja feito da maneira correta, assim será um benefício tanto para a própria pessoa, bem como para a família e amigos.
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